sexta-feira, 18 de janeiro de 2008

sobre meus medinns

sou uma criatura possuída por fobias um tanto inusitadas. desde que era uma diminuta versão de mim mesma, temia as partes mais escuras do oceano no atlas. sentia calafrios ao imaginar os seres abissais que habitavam aquelas águas escuras e profundas. todos descomunais, no melhor estilo pré-histórico, com muitos olhos e dentes pontiagudos e grotescos.

o medo de altura já me acompanhava antes mesmo que pudesse compreender o mapa-múndi. bastava uma brincadeira fanfarronesca de me jogar para o alto para que meus olhos tomassem proporções de melancias.

também tinha medo da raia da piscina, imaginando que aquela listra escura se transformaria num terrível monstro que me destruiria em poucos segundos. digamos que minhas aulas de natação eram um pouco tensas...

tubarão então nem se fala. Até hoje tenho pânico. pânico. o filme do spielberg conseguiu traumatizar para todo o sempre esta pessoa que vos fala. não consigo nem ao menos encarar imagens do tal peixe feroz. por esta razão não pratico viagens ao recife e nas minhas raras idas à praia permaneço na beirada do mar, na companhia de crianças e idosos.

tenho vertigem do google earth. quanto mais distante fica a imagem, mais eu tendo ao desfalecimento. não sei explicar. minha boca resseca, sinto um arrepio nos órgãos vitais que irradia até o couro cabeludo, minhas pernas perdem a força, meus olhos reviram e começo a me sentir uma mísera poeira cósmica vagando na imensidão.

recentemente passei a desenvolver uma fantasia que ainda não se concretizou num medo real. agora que o calor começou a me atormentar, penso que o ventilador de teto vai cair em mim durante a noite. já ponderei sobre empurrar a cama de forma a não ficar na mira do objeto assassino, mas minha parcela sã não me permite tomar uma atitude de princípios tão infundamentados.

acho digno me apresentar às avessas. acho mesmo. quem sobrevive às trevas alheias terá motivos para alegrias depois. após a tempestade, a bonança. após as fobias, a graciosidade. é o que penso. mas sou uma verdadeira tola e possuo todas as fobias supracitadas...


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