sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

claudio eduardo e a sociopatia no humaitá

"Quero matar todas as pessoas de signos de água."

quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

trimalchão, o polido anfitrião de petrônio, em satiricon:

"– Amigos, perdoai-me; há já vários dias que tenho o corpo desarranjado, e nem mesmo os médicos sabem o que seja. Contudo, fez-me bem uma infusão de casca de romã e de pinheiro no vinagre. Espero que o meu ventre tome juízo; e se assim não for, tereis que ouvir alguns rumores, semelhantes ao mujido de um touro. Aliás, se qualquer de vós tiver necessidade de fazer o mesmo, não deve de nenhum modo envergonhar-se. Somos todos de carne e osso, e creio que nada causa tanto sofrimento neste mundo como ter a gente de conter-se. Estarás rindo, Fortunata, tu que durante a noite me interrompes continuamente o sono!

Tenho o costume, aqui no triclínio, de deixar todos em completa liberdade: os próprios médicos dizem que faz mal a gente conter-se. E se sentirdes alguma necessidade mais imperiosa, lá fora está tudo pronto: a água, cadeiras furadas e tudo o mais. Acreditai em mim: quando os gases sobem ao cérebro difundem-se em seguida por todo o sangue. Ouvi dizer que muitas pessoas morreram assim, porque não tiveram a coragem de ser francas.”

sábado, 10 de janeiro de 2009

tudo o que você sempre quis

discovery dream

estava diante do mar. uma cabeça sorridente de desenho animado amarelo ovo desponta na areia. era uma tartaruga gigante que emergia com seu casco verde e portentoso. queria amizade e seguia-me, mas era desajeitada e diversas vezes quase me pisoteou ou chicoteou-me com sua calda dantesca. estava sempre sorrindo; como exibia os dentes aquele quelônio idiota. já em terra firme jogamos bola. era uma criatura dócil, abobalhada e inconveniente.

corta a cena.

novamente diante do mar, agora acompanhada de uma amiga – daquelas que são absolutamente desconhecidas fora do ambiente onírico. olhávamos as águas claras e avistamos uma pequena ilha onde uns espécimes desconhecidos tomavam sol. disse para a rapariga: "olha lá, peixes-boi!". de repente um deles se levantou e tomou a forma de um cavalo meio búfalo e começou a cavalgar submerso em nossa direção. eu saí correndo, mas a companheira explicou: "esses animais são puramente aquáticos, não se adaptam ao solo". fiquei a apreciar a exuberância da mãe natureza, que por vezes nos esfrega na fuça seu poder de criação.